Assembleia renovada
Ao final desta legislatura, a Assembleia abrirá 13 vagas. Onze dos 55 atuais deputados estaduais vão concorrer à Câmara Federal - cinco do PT, dois do PMDB, dois do PDT, um do PP e um do DEM. Dois outros - Alberto Oliveira (PMDB) e Abílio dos Santos (PTB) - desistiram da reeleição.
Diante disso, o resultado das urnas no próximo domingo deve trazer grandes novidades com relação à eleição de 2006. A principal delas é que novas bancadas deverão estrear no Parlamento gaúcho, ampliando de 10 para 13 os partidos com representação na Assembleia.
O P-Sol e o PV, se ultrapassarem a barreira dos 100 mil votos, terão seus primeiros deputados na Casa, apesar dos incrédulos. O P-Sol aposta na capacidade de Luciana Genro em transferir votos para o seu inseparável companheiro de partido, Roberto Robaina. Na eleição passada, o P-Sol fez pouco mais de 35 mil votos para deputado estadual.
O PV acredita que a projeção conquistada com a candidatura de Marina Silva à presidência da República renderá frutos no Estado, podendo levar seus primeiros representantes à Assembleia. Em 2006, "os verdes" não chegaram lá, ainda que tenham conquistado 57 mil votos. Este ano, o PV, sonha grande e já pensa em alcançar a Câmara Federal.
O PRB deve reeleger Carlos Gomes, pelos votos dos fiéis de sua igreja. Em 2006, Gomes foi eleito pelo PPS, por estes mesmos fiéis. Fidelidade religiosa é um fato recente na política brasileira.
Além deles, o PCdoB também deve aumentar seu espaço, podendo reconduzir Raul Carrion e eleger Jussara Cony, que pode voltar à Assembleia depois de passar quatro anos dedicados à administração hospitalar.
Fica claro, portanto, política e matematicamente, que os grandes partidos perderão espaço para as pequenas siglas, o que deve promover uma grande renovação no Parlamento estadual.
Acrescente-se a isso o fato de alguns parlamentares terem "virado a casaca", o que, além de ter alterado o perfil de distribuição de espaços entre os partidos na Assembleia, deve implicar a redução das bancadas.
Caso claro do "Democratas", que em 2006 fez três parlamentares e nesta eleição deve perder duas de suas atuais três cadeiras. O mais votado, Paulo Borges - que ultrapassou 100 mil votos em 2006 - irá reduzir seu coeficiente. O tempo é implacável, mas, mesmo assim, ele deve ser reeleito. José Speroto migrou para o PTB - e o terceiro, Marquinho Lang, está disputando a Câmara Federal.
Publicado no Jornal do Comércio em 27/09/2010 - Editoria Política - Página 30
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