Frente Parlamentar da
Reciclagem é reinstalada na Câmara Federal
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Colegiado é presidido pelo deputado Carlos Gomes (Republicanos/RS), autor da Lei de Incentivo à Reciclagem |
Sob a condução do
deputado federal Carlos Gomes (Republicanos/RS), foi instalada na
última terça-feira (11), a Frente Parlamentar Mista em Defesa da
Cadeia Produtiva da Reciclagem, no Congresso Nacional. O evento
contou com a participação da Coordenadora Geral de Resíduos do
Ministério do Meio Ambiente, Sabrina Andrade; da presidente da
Cooperativa de Catadores Recicla Mais Brasil, Cristiane Pereira de
Brito, e do presidente da Associação Brasileira de Empresas de
Limpeza Pública e Resíduos Especiais (ABRELPE), Carlos Silva Filho,
além de parlamentares de várias legendas e demais representantes do
setor.
Carlos Gomes, que é
presidente do colegiado pela terceira legislatura consecutiva,
adianta que a regulamentação da Lei de Incentivo à Reciclagem e a
imunidade de impostos para produtos feitos com materiais reciclados
são as prioridades do trabalho do colegiado. “Temos convicção
que, com os estímulos devidos, o setor pode revolucionar a cadeia da
atividade no Brasil”, disse o deputado Carlos Gomes.
O líder do
Republicanos na Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PB), ressaltou a
dedicação do deputado Carlos Gomes ao assunto. “Eu sou uma
testemunha antiga do trabalho do deputado em favor da reciclagem na
Casa. A história dele, que é ex-catador, comove a todos nós pelo
amor com que trata a atividade e pelos benefícios que a prática tem
para a sociedade, não só do ponto de vista da geração de emprego
e renda, mas do ponto de vista ambiental”.
Hugo Motta
aproveitou a ocasião para reafirmar o compromisso de toda a bancada
com a pauta. “Não vim aqui apenas prestigiar o colega de partido,
vim também ressaltar o apoio do partido à reciclagem, seja
melhorando a legislação, lutando por mais orçamento ou pela
promoção de políticas públicas permanentes”, afirmou.
O deputado Diego
Garcia (Republicanos-PR) adiantou que foi indicado como membro da
Comissão de Educação da Câmara para fazer parte do grupo de
trabalho que discute as Metas do Plano Nacional de Educação, do
Ministério da Educação. O republicano pretende propor ações de
conscientização sobre a importância da reciclagem nas escolas.
“Existem muitas
tecnologias que podem ser implantadas nas salas de aula, voltadas
para reciclagem, a exemplo da transformação de lixo em adubo para
as hortas das escolas e até para gás de cozinha. Precisamos pensar
o futuro, e o melhor caminho é avançar nessas ações junto as
crianças. Teremos uma força de trabalho gigantesca”, observou.
A presidente da
cooperativa de catadores Recicla Mais Brasil, Cristiane Pereira de
Brito, deu seu depoimento. “Eu me tornei catadora pela falta de
oportunidade no mercado de trabalho, há pouco mais de dez anos.
Encontrei na catação a última alternativa para sustentar minha
família. E nossa história é de luta e resistência, todos os dias.
No começo eu não queria estar ali, mas hoje eu tenho orgulho de ser
catadora”. Atualmente, a Recicla Mais Brasil atende em torno de 30
condomínios e emprega 63 famílias. O presidente da Associação
Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
(ABRELPE), Carlos Silva Filho, ressaltou o trabalho realizado pela
Frente, que existe há nove anos.
“A gestão de
resíduos é um setor integrado que começa no design de produtos
colocados no mercado, no modelo de produção e no ato do consumo, na
questão da conscientização individual, tanto no momento da compra
como no descarte. Por isso, podemos dizer que o trabalho aqui
realizado vai muito além da reciclagem propriamente dita”.
Saiba mais
Segundo o Panorama
dos Resíduos Sólidos de 2022, levantamento realizado anualmente
pela ABRELPE, o Brasil gerou 82 milhões de toneladas de resíduos
sólidos urbanos. No entanto, observa Carlos Silva Filho, apesar dos
vários esforços e da evolução, cerca de 30 milhões de toneladas
de resíduos ainda vão para locais inadequados, como lixões, ou
abandonados nas vias públicas e terrenos baldios, favorecendo a
poluição de rios e mares. “Se levarmos em conta apenas os
recicláveis, o Brasil perde cerca de 14 bilhões de reais por ano
que poderiam ser reinseridos na economia através dos processos de
reciclagem”, disse.
Texto: Fernanda
Cunha, com edição de Mônica Donato
Ascom – Liderança do
Republicanos na Câmara dos Deputados
Fotos: Douglas Gomes