Educação
para o trânsito desde a infância é apontada como
caminho para a
melhor formação de condutores
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Audiência pública, proposta pelo deputado Carlos Gomes (Republicanos/RS), debateu o tema na Câmara Federal |
O Brasil gasta, aproximadamente,
R$ 50 bilhões por ano com acidentes de trânsito e 60% dos leitos
dos hospitais no país são ocupados por acidentados em nossas ruas,
avenidas e estradas. As informações foram apresentadas pelo
diretor-presidente do Observatório Nacional de Segurança Viária,
José Ramalho, nesta terça-feira (26), durante audiência pública,
na Comissão de Viação e Transportes (CVT) da Câmara dos
Deputados, que debateu o processo de formação de condutores no
Brasil.
Proponente do encontro, o
deputado federal Carlos Gomes (Republicanos/RS) questionou os
palestrantes sobre de que forma a qualidade do ensino oferecido aos
futuros motoristas nos Centro de Formação de Condutores (CFCs)
podem contribuir para diminuir a quantidade de óbitos no trânsito.
“Somente no ano passado foram 37 mil mortes, número extremamente
alto, mesmo que tenha havido uma queda de 15% em relação a 2017.
Além disso, cerca de 90% dos acidentes de trânsito são causados
por falha humana”, alertou.
Para o representante do
Ministério da Infraestrutura, Francisco Brandão, é preciso
investir na inclusão da educação para o trânsito na Base Nacional
Comum Curricular. “Não se forma um motorista em três meses. Hoje
o sistema é de adestramento, quando ele deveria focar no
comportamento do condutor”, defende.
Indagado sobre qual o motivo para
o alto custo para a obtenção da carteira de motorista no país, o
presidente do Sindicato dos Centros de Formação de Condutores do
Estado do Rio Grande do Sul, Edson Luis da Cunha, reagiu. “Quanto
custa uma vida? Nós instruímos pessoas que lidarão com a vida de
outras pessoas todos os dias. Mas, evidentemente, estamos abertos ao
diálogo com o governo e a sociedade para otimizar os métodos
empregados atualmente”.
Críticas à formação à
distância de condutores
Presidente do Sindicato dos Proprietários dos
Centros de Formação de Condutores do Paraná, Justino Fonseca criticou a instituição de cursos à distância para a primeira
habilitação. “O trânsito se trata do relacionamento entre
pessoas e esse relacionamento não é feito à distância”,
argumentou. A opinião é corroborada pelo presidente do Instituto
Zero Acidente, Vilnei Pinheiro Sessim. “O descrédito no processo
de formação de condutores começa quando há constante alteração
nas suas regras”, acrescentou.
O deputado Carlos Gomes
comprometeu-se em protocolar um projeto de lei que uniformize a metodologia de ensino a ser ministrada nos CFCs de todo o Brasil. Também
participaram do encontro os representantes da Federação Nacional
das Autoescolas e CFCs (Feneauto), Magnelson de Souza, e da
Associação Nacional dos Detrans (AND), Harley Bueno.
Por: Jorn. Jorge Fuentes (MTE 16063)
Foto:
Douglas Gomes