Carlos Gomes*
A passagem do dia da Proclamação da República, no próximo domingo, nos chama a atenção para uma data que deveria ser mais que um feriado cívico, mas a oportunidade para um olhar atencioso aos valores a ela ligados.
Originada dos radicais "res" e "pública", a palavra república deriva do latim e significa, basicamente, “coisa pública”. Pressupõe-se, assim, que um indivíduo qualificado como republicano deva ter zelo e respeito pela "coisa pública".
É fato que o modelo republicano trouxe aos brasileiros uma série de conquistas, como a extensão do voto às mulheres, investimentos em obras sanitárias e urbanas, inclusão social no mercado de trabalho, melhoria da educação e da saúde. No entanto, ainda estamos longe da consolidação de uma postura universalizada que adota o que é público como sendo de todos.
Na gerência de recursos e serviços, o agente republicano trabalha pelo bem estar da sociedade como um todo, defendendo a institucionalização de um Estado que se põe acima de interesses pessoais ou particulares.
O republicano faz da atividade política, em todos os níveis, um instrumento de combate às injustiças, servindo a toda a sociedade, e não a grupos. Logo, a “res publica” deve ser buscada por todos os homens e mulheres que fazem política objetivando a consolidação de uma sociedade na qual desenvolvimento e igualdade social possam caminhar juntos.
Respeitar a “coisa pública” é rejeitar hierarquias e privilégios, é repudiar práticas paternalistas, clientelistas e nepotistas. Como bem disse o historiador José Murilo de Carvalho, “um republicano sabe que todo aquele que rouba dinheiro público é ladrão do dinheiro de todos”.
Ao comemoramos a Proclamação da República, proclamemos também a valorização dos ideais republicanos. Que todos nós sigamos ostentando a República no nome, mas também em nossa missão.
* deputado estadual
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