Carlos Gomes homenageia
os 65 anos do Sindisaúde
Deputado destacou atuação do sindicato que representa mais de 40 mil profissionais no RS
O deputado Carlos Gomes (PRB) ocupou o espaço do Grande Expediente desta quinta-feira (11) para homenagear os 65 anos do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do RS (Sindisaúde). Gomes destacou que "a dignidade histórica da entidade é motivo de orgulho para todos. Ao lutar em prol dos trabalhadores da categoria, o Sindisaúde torna-se guardião da saúde e do bem-estar de toda a população", disse o parlamentar.
Com mais de 8 mil filiados, o Sindicato representa no Rio Grande do Sul um contingente de 40 mil trabalhadores de hospitais privados, públicos, beneficentes, religiosos e filantrópicos, clínicas, laboratórios, consultórios médicos, odontológicos e psicológicos, além de profissionais autônomos do setor. Também os trabalhadores de clínicas veterinárias e petshops são representados pela entidade, que responde pelo efetivo de 70% da força de trabalho que mantém os hospitais e as instituições de saúde do Estado funcionando.
Desde a sua fundação, em 1945, observou que o Sindicato tem sido um defensor incansável dos anseios da categoria e da população, atuando na transformação da sociedade e no aperfeiçoamento das instituições democráticas. "Uma caminhada nem sempre fácil, pois os membros da entidade sentiram na pele o horror dos anos de chumbo", disse.
Trajetória de lutas
Em 1964, o Sindisaúde sofreu intervenção federal e passou a ser comandado por uma junta governativa, como ocorreu com inúmeras entidades de classe. No período de Ditadura Militar, com a intervenção, restaram poucos registros dessa página sombria da história.
No início da década de 1980, o Rio Grande viu nascer o Movimento Emergência, que reivindicava direitos dos trabalhadores da saúde, democratização e eleições sindicais. Tomaram a frente da organização funcionários dos Hospitais do Grupo Conceição, Hospital de Clínicas e Instituto de Cardiologia.
Foram tempos difíceis na construção de organização de base. As práticas de demissões nas empresas filantrópicas e particulares de trabalhadores que se manifestavam contrários à direção do Sindicato, serviram para mover processos contra trabalhadores que, na época, disputavam eleições em chapas de oposição. Foi uma política sindical nociva que imperou até 1998, ano em que a entidade volta a realizar um trabalho dedicado exclusivamente aos direitos da categoria.
Um caminho árduo foi percorrido até aqui. Já no início daquela gestão, o Sindisaúde deparou-se com o desafio de enfrentar a grave situação do Hospital Nossa Senhora das Graças, de Canoas. Ao mesmo tempo em que os trabalhadores amargavam a falta de salários, a instituição fechava as portas para o atendimento da comunidade.
Iniciava naquele momento a luta pela reabertura do hospital. O Sindicato teve papel fundamental na mobilização junto às Secretarias Municipal e Estadual de Saúde, Ministério Público do Trabalho e Ministério Público Federal, além dos Conselhos Municipal e Estadual de Saúde. O Hospital foi reaberto depois das reformas necessárias para viabilizar um atendimento digno aos pacientes. Antes de colher esse fruto, a entidade já arregaçava as mangas para ver concretizado o Hospital Vila Nova.
Com uma base de 205 municípios distribuídos no Estado, o Sindisaúde tem participação ativa em conselhos municipais de saúde; também no Conselho Estadual; na Mesa Negocial Estadual do SUS; e no 1º Conselho Regional de Saúde. Nos últimos anos, a entidade modificou o seu perfil, passando a ser um sindicato combativo na defesa dos trabalhadores da saúde e do Sistema Único de Saúde (SUS).
Entre as vitórias obtidas pelo Sindisaúde para a categoria, Gomes destacou a garantia do repasse anual da inflação com aumento real nas campanhas salariais e a retomada de fechamento de convenções coletivas com os hospitais filantrópicos. uma política de atuação que abrange os hospitais de pequeno porte na capital e interior. Também é conquista do Sindicato a extinção do banco de horas na rede filantrópica, a manutenção dos empregos, mesmo com o fechamento dos hospitais da Ulbra, além da participação na luta pela manutenção dos hospitais Vila Nova, Beneficência Portuguesa e Nossa Senhora das Graças.
Hoje, as reivindicações são focadas para que haja uma política estadual de saúde que evite a superlotação na capital, uma luta que é de todos nós. De igual forma, o Sindisaúde permanece incansável na batalha pelas 30 horas para os trabalhadores da saúde, por mais hospitais públicos de alta complexidade nas regiões do estado, além do cumprimento da PEC 29, que vincula o orçamento para a saúde nos três níveis de governo, garantindo um mínimo de recursos para o SUS.
Carlos Gomes saudou o presidente João Menezes, o vice-presidente Ricardo Martins, secretários, diretores e diretoras presentes. "Estar à frente de uma entidade da grandeza do Sindisaúde é um exercício de contato ininterrupto com a realidade. E é assim que os senhores e senhoras têm conduzido o Sindicato: com os pés no chão, visão global dos problemas, força de vontade e uma fé inabalável de que ainda haveremos de ter um atendimento de saúde à altura do merecimento de todos os gaúchos e gaúchas".
O parlamentar encerrou a sua fala dizendo que no dia de hoje, reconhecemos a valiosa contribuição desse Sindicato no resguardo da saúde de nossas famílias e na consolidação da democracia e agradeceu pelo trabalho e pela bravura demonstrada nos momentos mais espinhosos de nossa história. " Nosso respeito e gratidão à entidade que tão bem intercede pelos interesses dos homens e mulheres que carregam nas costas, na mente e no coração, a nobre missão de trabalhar pela vida", finalizou.
Por: Luiz Osellame/Assembleia Legislativa - MTB 9500
Foto: Marcelo Bertani / Assembleia Legislativa