Há 8 meses, igreja abriga estudantes
Devido a problemas estruturais, a Escola Estadual Especial Padre Reus, em Esteio, está interditada e aguarda reforma
Sentados em bancos de madeira, equilibrando o caderno em uma mão, enquanto, com a outra, se esforçam para escrever a matéria. Essa é a realidade, há quase oito meses, de 104 alunos da Escola Estadual Especial Pare Reus, de Esteio, que estão tendo aulas em uma igreja. A instituição que atende estudantes surdos, foi interditada em novembro de 2013 pelo Corpo de Bombeiros por apresentar, entre outros, pane na rede elétrica, na parte hidráulica, na caixa de gás, além da falta de telhas e vidros e a necessidade de adequações das portas para alunos cadeirantes.
Diretora da escola, Luciméia Gall explica que os problemas não são de hoje, assim como os pedidos por reformas. Segundo ela, no ano passado, após vistorias, técnicos da Secretaria Estadual de Educação avaliaram a obra como emergencial. “A igreja nos emprestou o seu espaço por dois meses para acabarmos o ano letivo de 2013 e até que o Estado nos dissesse o que fazer. De lá para cá, nada foi feito.”
Nas pequenas salas cedidas o aprendizado está debilitado. Não há telefone, Internet, biblioteca ou área para atividades físicas. Além disso, a Igreja fica na principal avenida da cidade, e os alunos precisam atravessar quatro pistas para usar o transporte público. Nesta semana, a diretora pediu apoio ao deputado estadual Carlos Gomes, que há alguns anos acompanha a situação das escolas especiais do Estado. Ele solicitará reunião com representantes da Secretaria de Educação. “Isso é uma vergonha. Como essas crianças estão, elas não podem ficar.”
Sem precisar datas, a Secretaria Estadual de Educação diz que as obras haviam iniciado pelos sanitários, pela cobertura e pela colocação de pergolados, com gasto de R$ 216 mil. Porém, foram interrompidas após pedido da 27ª Coordenadoria Regional de Educação de aditivo de R$ 51 mil para a reforma da rede elétrica. O pedido aguarda liberação da Secretaria de Obras e não há previsão para retomar a obra.
Matéria publicada na edição de 28 de junho de 2014
Editoria: Cidades, página 13
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