Resíduos
da construção civil são responsáveis
por 60% do lixo gerado no
Brasil por ano
Encontro para tratar do tema foi realizado na Comissão de Meio Ambiente da Câmara Federal, a pedido do deputado Carlos Gomes |
A Comissão de Meio
Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados
realizou, nesta terça-feira (8), audiência pública, proposta pelo
deputado federal Carlos Gomes (PRB), para tratar da situação dos
resíduos sólidos da construção civil (RCC). Segundo a diretora do
Departamento de Qualidade Ambiental e Gestão de Resíduos (DQAR) do
Ministério do Meio Ambiente, Zilda Veloso, eles correspondem a 60%
dos resíduos sólidos gerados no Brasil anualmente.
“É responsabilidade
do Poder Público viabilizar um setor que apresenta produtos, em
média, até 30% mais baratos do que os agregados de areia e brita
retirados da natureza. Nota-se aí redução de custo ambiental, além
da geração de emprego e renda”, destacou o deputado, que preside
nacionalmente a Frente Parlamentar em Defesa da Cadeia Produtiva da
Reciclagem.
Representante da Câmara
Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil (CBIC),
Lilian Sarrouf concorda com Carlos Gomes. “A gestão adequada dos
RCC também significa a redução de riscos de acidentes de trabalho.
E é por isso que o nosso primeiro objetivo deve ser não gerá-los”,
frisou. A CBIC representa 85 entidades nas 27 unidades da federação
e isso corresponde a mais de 70 mil empresas da área.
Para o representante do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Geová Farias, a
baixa adesão das prefeituras à elaboração de planos de manejo dos
resíduos sólidos pode ser considerado um fator para o
engatinhamento do ramo no país. “Apenas 28% das administrações
municipais possuem alguma iniciativa sobre o tema. O governo não
pode auxiliá-los sem informações precisas sobre a sua real
situação”, lamentou.
Debate
O encontro também foi
marcado pelas posições divergentes em relação à Resolução 307
do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) da Associação
Brasileira para Reciclagem de Resíduos da Construção Civil
(Abrecon) e da Associação Brasileira das Áreas de Transbordo e
Triagem de Resíduos Sólidos da Construção Civil (ABATT).
“Defendemos uma
atualização da norma que endureça a concessão de licenciamentos
para quem quer reciclar. A reutilização de entulho sem o devido
tratamento não pode ser tolerada, assim como o descarte de resíduos
inertes em aterros sanitários”, argumentou o presidente da
Abrecon, Hewerton Bartoli, ao destacar que as áreas de transbordo e
triagem devem se limitar a separar o material e encaminhá-lo à
reciclagem.
Ele foi rebatido pelo
presidente da ABATT, Fábio Agudo, que classificou o trabalho das
áreas como indispensável para a cadeia do setor. “Em vez de
tentar restringir a nossa atuação, deveriam compreender que o
futuro aponta para a instalação de cada vez mais empreendimentos
dessa natureza, com a finalidade retirar com agilidade os resíduos
provenientes da construção civil nos grandes centros urbanos do
Brasil”, sentenciou.
Texto e foto:
Jorn. Jorge Fuentes (MTE 16063)
Câmara Federal
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