terça-feira, 5 de novembro de 2019

Audiência Pública

Escassez de recursos é apontada como o principal motivo 
para o descarte inadequado do lixo hospitalar

Carlos Gomes (centro) promoveu debate sobre o tema na Câmara Federal

“A combinação de resíduos perigosos com a falta de saneamento básico, flagrante em muitos municípios e estados, é extremamente nociva à sociedade. A situação de penúria financeira enfrentada pelos entes federativos também está refletida nessa questão”. As afirmações foram feitas, nesta terça-feira (5), pelo representante do Conselho Federal de Medicina, Ricardo Scandian de Melo, durante audiência pública, na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal. O encontro, proposto pelo deputado federal Carlos Gomes (Republicanos/RS), debateu a destinação do lixo hospitalar no Brasil.

“É preciso incentivar a reciclagem da parcela desse material que é reutilizável ou reaproveitável e dispor de locais ambientalmente adequados para receber os rejeitos, especialmente, os resíduos com potencial infectante e tóxico”, defendeu Carlos, que preside, no Congresso Nacional, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cadeia Produtiva da Reciclagem.

Diretor-presidente da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), Carlos da Silva Filho acredita na implementação de ações pela diminuição da geração do lixo hospitalar como fator indissociável à conservação de recursos naturais. “Tudo que fazemos deixa uma pegada no planeta, mas ela não pode causar danos irreversíveis à nossa existência. Um estudo encomendado pelo Abrelpe, aponta que o custo ambiental e com problemas de saúde, pela destinação incorreta dos resíduos sólidos, será de R$ 30 bilhões até 2021”, alerta.

Já a doutora em Saneamento e Meio Ambiente pela Universidade Federal de Minas Gerais /UFMG, Noil Amorim de Menezes Cussiol, aponta a ausência de acondicionamento interno, externo e da coleta interna como motivo para a ocorrência de acidentes no ambiente hospitalar. “Os perfurocortantes (seringas, agulhas, entre outros) são responsáveis por 13% dos casos, o que pode resultar na contaminação dos trabalhadores da saúde. Precisamos modernizar o processo de manejo desses resíduos”, sublinha.

A educação é vista como ferramenta para a melhoria do cenário por Marcelo de Oliveira, da Gerência-Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Promovemos capacitações online e presenciais por todo o país para a boa aplicação das normativas que regem a disposição do material”, explica. “Fomentar a segregação correta, por meio da conscientização da população e dos profissionais da área, é o caminho para equacionar a questão", completou a chefe do Serviço de Hotelaria Hospitalar da Diretoria de Administração e Infraestrutura da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Sandra Satiko Kuwada.

Texto e fotos: Jorn. Jorge Fuentes (MTE 16063)
Câmara Federal

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