Escassez
de recursos é apontada como o principal motivo
para o descarte
inadequado do lixo hospitalar
Carlos Gomes (centro) promoveu debate sobre o tema na Câmara Federal |
“A
combinação de resíduos perigosos com a falta de saneamento básico,
flagrante em muitos municípios e estados, é extremamente nociva à
sociedade. A situação de penúria financeira enfrentada pelos entes
federativos também está refletida nessa questão”. As afirmações
foram feitas, nesta terça-feira (5), pelo representante do Conselho
Federal de Medicina, Ricardo Scandian de Melo, durante audiência
pública, na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
da Câmara Federal. O encontro, proposto pelo deputado federal Carlos
Gomes (Republicanos/RS), debateu a destinação do lixo hospitalar no
Brasil.
“É
preciso incentivar a reciclagem da parcela desse material que é
reutilizável ou reaproveitável e dispor de locais ambientalmente
adequados para receber os rejeitos, especialmente, os resíduos com
potencial infectante e tóxico”, defendeu Carlos, que preside, no
Congresso Nacional, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Cadeia
Produtiva da Reciclagem.
Diretor-presidente
da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos
Especiais (Abrelpe), Carlos da Silva Filho acredita na implementação
de ações pela diminuição da geração do lixo hospitalar como
fator indissociável à conservação de recursos naturais. “Tudo
que fazemos deixa uma pegada no planeta, mas ela não pode causar
danos irreversíveis à nossa existência. Um estudo encomendado pelo
Abrelpe, aponta que o custo ambiental e com problemas de saúde, pela
destinação incorreta dos resíduos sólidos, será de R$ 30 bilhões
até 2021”, alerta.
Já
a doutora em Saneamento e Meio Ambiente pela Universidade Federal de
Minas Gerais /UFMG, Noil Amorim de Menezes Cussiol, aponta a ausência
de acondicionamento interno, externo e da coleta interna como motivo
para a ocorrência de acidentes no ambiente hospitalar. “Os
perfurocortantes (seringas, agulhas, entre outros) são responsáveis
por 13% dos casos, o que pode resultar na contaminação dos
trabalhadores da saúde. Precisamos modernizar o processo de manejo
desses resíduos”, sublinha.
A
educação é vista como ferramenta para a melhoria do cenário por
Marcelo de Oliveira, da Gerência-Geral de Tecnologia em Serviços de
Saúde da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Promovemos capacitações online e presenciais por todo o país
para a boa aplicação das normativas que regem a disposição do
material”, explica. “Fomentar a segregação correta, por meio da
conscientização da população e dos profissionais da área, é o
caminho para equacionar a questão", completou a chefe do Serviço de
Hotelaria Hospitalar da Diretoria de Administração e Infraestrutura
da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), Sandra
Satiko Kuwada.
Texto e fotos:
Jorn. Jorge Fuentes (MTE 16063)
Câmara Federal
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