Desinformação
e falta de cobertura são obstáculos
à vacinação plena no Mercosul
à vacinação plena no Mercosul
Câmara dos Deputados sediou seminário sobre a imunização no Brasil e países vizinhos |
A
Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) da Câmara dos Deputados,
em parceria com a Comissão de Saúde do Parlamento do Mercosul
(Parlasul), realizou na última quarta-feira (27), o seminário sobre
a “Importância da Vacinação no Brasil e Países Vizinhos”. O
encontro foi proposto pelos deputados federais do Rio Grande do Sul
Pedro Westphalen (PP) e Carlos Gomes (Republicanos).
“É
preciso combater as notícias falsas e os movimentos antivacinas,
além de promover ações integradas entre as nações sul-americanas
para evitar a volta de doenças que estavam praticamente erradicadas,
como o sarampo, que, somente nos últimos seis meses teve 10 mil
casos registrados em solo brasileiro”, observou Carlos. O deputado
paraguaio Manoel Morinigo lamentou que o seu país não tenha
atingido os índices mínimos de vacinação nas últimas temporadas.
“Temos uma fatia de 39% da nossa população que é inferior a 15
anos de idade, período em que a imunização é fundamental”.
A
representante das organizações Panamericana e Mundial da Saúde
(OPAS/OMS), Maria Tereza Oliveira, apresentou avanços e retrocessos
obtidos na região das Américas. “O continente está praticamente
livre da rubéola, do tétano e da hepatite B, mas Brasil e Venezuela
perderam o certificado de eliminação do sarampo e sofreram com
surtos recentes de difteria e febre amarela. A constante circulação
de pessoas nos países do bloco demanda iniciativas conjuntas para
que todos estejam protegidos”, salientou.
É
o que propõe o projeto Vacina Brasil, que, segundo a coordenadora
do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde,
Franciele Tardetti, efetua atividades nesse sentido nos 120
municípios brasileiros de fronteira, espalhados por 11 estados, em
colaboração com as cidades gêmeas nos outros países. “Houve
aumento da cobertura vacinal nos últimos dois anos, mas ela ainda
está muito aquém do ideal. Existem bolsões de suscetibilidade ao
regresso de doenças imunopreviníveis”, alerta.
Franciele
aponta alguns fatores que desafiam o estabelecimento da vacinação
plena. “O sistema de informação carece de modernização para
absorver dados de clínicas e hospitais particulares. E também
ficamos reféns dos bons resultados. Muita gente deixa de vacinar a
si ou aos seus filhos por acreditar que a revinda da enfermidade é
impossível”, explicou. A representante da Unicef, Marcela Nunes da
Silva destacou que a saúde é um direito universal. “A solução
para o problema é uma responsabilidade social e deve ser
compartilhada entre governos e sociedade”. Presidente da Comissão
de Saúde do Parlasul, Carlos Gomes se comprometeu em protocolar uma
normativa que institua a harmonização das práticas de vacinação
nos países do Mercosul.
Bom
exemplo
O
prefeito de Farroupilha, Claiton Gonçalves, falou sobre o sucesso do
programa de vacinação contra o HPV em meninos e meninas do
município, que teve alcance superior a 95%, quando a meta nacional é
de 80%. “O processo contribui para levarmos às escolas a discussão
com pais e alunos sobre iniciação sexual com segurança”, frisou.
A deputada estadual gaúcha Fran Somensi (Republicanos) lembrou que a
rede de ensino farroupilhense exige que os estudantes apresentem a
caderneta de imunização atualizada para fazer a matrícula ou
rematrícula.
Jorn. Jorge Fuentes (MTE 16063) - Câmara Federal
Fotos:
Douglas Gomes
Nenhum comentário:
Postar um comentário