Carlos
Gomes cobra intervenção do governo na crise do setor no RS
O
deputado federal Carlos Gomes (PRB) cobrou nesta terça-feira (7) a
intervenção do Governo Federal para pôr fim à crise da saúde no
Rio Grande do Sul. Em pronunciamento na tribuna da Câmara, o
parlamentar reproduziu notícias veiculadas na imprensa gaúcha nas
últimas semanas, que listam uma série de hospitais e as
dificuldades que enfrentam em razão dos atrasos nos repasses para o
setor provenientes da União e da administração estadual.
No
Rio Grande do Sul existem 245 hospitais filantrópicos, presentes em
197 municípios gaúchos e responsáveis por 75% do atendimento do
SUS. A dívida total das instituições é superior a R$ 1,2 bilhão
relativa a bancos, fornecedores, tributos, salários e encargos
trabalhistas.
“Os
reflexos dessa situação são alarmantes. Quatro emergências
médicas de Porto Alegre apresentaram restrições no atendimento
devido à superlotação nesta segunda-feira”, protestou Carlos
Gomes, ao abordar a situação das unidades do Hospital de Clínicas,
da Santa Casa, do São Lucas da PUCRS e do Hospital da Restinga. “Só
a Santa Casa, por exemplo, já fechou 41 leitos e a previsão é de
que 118 sejam fechados nos próximos meses para reduzir prejuízos”,
alertou o deputado.
Carlos
Gomes destacou o caso do Hospital Montenegro, referência para 14
municípios na Região Metropolitana, que ontem suspendeu
temporariamente os atendimentos de especialistas, exames e
procedimentos. “Por mês, cerca de 3.500 consultas deixarão de ser
feitas. E o pior, não há previsão de retomada dos serviços”,
lamentou.
O
parlamentar também lembrou do drama do Hospital Centenário, de São
Leopoldo, no Vale do Sinos, que abrange 17 municípios. A instituição
fechou, no início de junho, o serviço de neurocirurgia devido ao
atraso de repasses desde 2014 (que chegaram a 3,7 milhões de reais).
“Mesmo sendo a prefeitura que mais gastou em saúde no estado –
38,8% – não foi capaz de evitar a redução no atendimento à
população”, observou o deputado, que criticou a falta de
envolvimento da União para aliviar a crise no setor. “Chama a
atenção a omissão do Governo Federal. Em vez de tomar as rédeas
da situação e socorrer estado e municípios, o Ministério da Saúde
anunciou corte de R$ 11,77 bilhões de reais no seu orçamento para
este ano”.
Por: Jorn. Jorge Fuentes (MTE 16063) - Câmara Federal / Edição: Jorn. Karine Bertani (MTE 9437)
Foto: Douglas Gomes
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