terça-feira, 25 de setembro de 2012

PLENÁRIO

Carlos Gomes defende
escolas bilíngues para surdos
 
 
Setembro Azul foi lembrado pelo parlamentar na tribuna
 

Na véspera do Dia Nacional dos Surdos, o deputado Carlos Gomes (PRB) destacou, em sessão plenária da Assembleia Legislativa, a segunda edição do Setembro Azul, mobilização nacional liderada pelo Movimento Surdo em Defesa da Educação e da Cultura Surda.

O parlamentar lamentou a ausência de políticas para as instituições de ensino voltadas à Educação de Surdos e denunciou o fim das escolas destinadas a esta camada da população. “No Rio Grande do Sul, foram fechadas classes para surdos em quatro cidades no último ano. É necessário instituir uma diretriz clara do Estado para evitar o desmonte das 12 instituições gaúchas que contam com ensino bilíngue. Infelizmente, não existe um dispositivo legal que garanta a manutenção dessas escolas”, observou.

Em junho deste ano, uma audiência pública realizada pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa para tratar do tema lotou o Teatro Dante Barone com representantes de instituições, órgãos técnicos, entidades e comunidade. Durante o encontro foi apresentado um mapeamento realizado por um grupo de pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que verificou as condições de matrículas de surdos e o tipo de turma em que eles se encontravam.

De acordo com o estudo, a maioria dos surdos que chegam à universidade frequentaram escolas específicas, pois apresentaram melhor desenvolvimento linguístico e educacional. “Mas quando o surdo está entre alunos ouvintes e sem recursos adequados, o mais comum é ocorrer evasão”, alertou o deputado.

Os participantes do encontro foram unânimes ao destacar a dificuldade dos surdos de ingresso e permanência na escola regular. De acordo com eles, é preciso investir mais na educação bilíngue com foco na educação infantil. “Há uma política de inclusão desenvolvida pelo Ministério da Educação, que se mostra, na verdade, como uma política excludente, pois não considera as especificidades dos alunos surdos”, protestou Carlos Gomes.

O deputado somou-se à opinião das entidades e instituições que manifestaram posição contrária à transformação das escolas bilíngues em centros de Atendimento Educacional Especializado, como o MEC propôs. Também cobrou um posicionamento legal da Secretaria de Educação do RS, já que as políticas seguem as diretrizes do Ministério. “A comunidade surda tem direito de escolha de como será sua educação, com professores formados e qualificados”, finalizou.

Jorn. Karine Bertani - MTB 9427
Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul
Foto: Marcelo Bertani - Ag AL/RS

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