CARTÃO
BALADA
Votação
sobre comandas em casas
noturnas é adiada pela quarta vez
Após
cinco emendas e quatro adiamentos, a Câmara dos Vereadores de Porto
Alegre votará na quarta-feira que vem o projeto de lei que proíbe
pagamento posterior ao consumo em danceterias e casas de espetáculo
com grande aglomeração de pessoas. Na terça-feira, às 16h30min,
haverá audiência pública na Comissão de Defesa do Consumidor,
Direitos Humanos e Segurança Urbana (Cedecondh). A proposta da
vereadora Séfora Mota (PRB), apelidada de Cartão Balada, surgiu em
fevereiro, em meio a debates decorrentes da tragédia na boate Kiss
em janeiro, em Santa Maria. A saída das vítimas teria sido impedida
devido ao não pagamento das comandas.
O
Sindicato de Hotelaria e Gastronomia (Sindpoa) ainda questiona alguns
pontos da proposição. Segundo o vice-presidente da entidade, João
Antonio Klee, falta debate entre todos os vereadores. “É um
projeto que vai mudar muito a característica de casa casa. Não dá
para impor um tipo de administração financeira para todas elas”,
destaca. Ele dá o exemplo de danceterias que têm restaurantes
dentro. “Como é que fica em situações assim? E o consumo, será
que não vai baixar com esse tipo de controle?”, pergunta. O
sindicato realizou uma pesquisa com essa temática, cujo resultado
ainda não divulgou, e deve discuti-la nesta semana.
Conforme
a autora do projeto, alguns vereadores também solicitaram essa
audiência. “Parece que o sindicato tem bastante poder na casa,
porque tem gente que era a favor e, agora, já é contra. Eu derrubei
todos os argumentos deles, fizemos emendas para contemplar a todos,
não tem mais o que mudar”, afirma Séfora. Conforme a vereadora, o
objetivo do Sindpoa é que a proposta seja retirada. Entretanto, ela
assegura que isso não acontecerá. “Eu não vou retirar. É um
projeto inovador e importante para a segurança, tanto dos
estabelecimentos quanto dos frequentadores”, diz. E ressalta: “É
um absurdo que a votação demore tanto em função de um único
sindicato. Tenho outros trabalhos a fazer, fica difícil legislar
assim”.
Matéria
publicada na edição de 15 de outubro do Jornal do Comércio
Editoria:
Geral, página 24
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