sábado, 9 de novembro de 2013

PRB no Rio Grande

Custo social do álcool foi tema
de palestra em Santa Maria

Militantes e simpatizantes do PRB lotaram a Câmara de Vereadores

Os danos causados pelo consumo do álcool foram tema de palestra proferida no último sábado (9) pelo delegado da Polícia Federal José Francisco Mallmann em evento alusivo ao projeto PRB no Rio Grande, na Câmara de Vereadores de Santa Maria. Dados apresentados pelo ex-superintendente da PF e ex-secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul apontaram a relação entre a ingestão de bebidas alcoólicas e a incidência de homicídios, acidentes de trânsito e violência doméstica.

"Os noticiários relatam que acidentes de trânsito estão matando, ou que uma festa termina em tragédia - abordagens que não procedem. É o álcool que mata as pessoas, e é ele também o responsável por dar fim às festas e às famílias. Os acidentes e a violência não são causas, mas consequências do uso indiscriminado de bebida alcoólica", lembrou o autor da Operação Lei Seca, instituída no Estado em 2007 e disseminada em todo o País.


O desafio maior, de acordo com o delegado, é disciplinar legalmente o comércio e consumo de álcool em horários críticos. Mallmann destacou que é entre 23h e 5h que a incidência de violência, homicídios e acidentes graves de trânsito são maiores. "Nós sabemos onde o problema nasce e como ele se prolifera, precisamos sair do plano da discussão e combatê-lo com atitudes", defendeu. Segundo ele, uma das maiores dificuldades em alterar a legislação reside no comprometimento de agentes públicos com a indústria do álcool, pois já foi noticiado que cerca de 70% dos congressistas brasileiros receberam ajuda desse segmento para suas campanhas. O delegado apresentou estudo divulgado pela revista britânica The Lancet, revelando que o álcool é a quarta droga mais nociva à saúde física e mental e destacando que serve de porta de entrada para as drogas ilícitas, além de gerar violência na sociedade.

Mallmann defende a criação de um fundo especial para a recuperação das vítimas do álcool, a ser mantido pela indústria de bebidas alcoólicas."Observamos a obtenção de lucro das empresas com o consumo de álcool, enquanto o Estado e a sociedade ficam com o ônus do alcoolismo. É o contribuinte quem paga pelos danos advindos do vício", alertou.

Estima-se que no Brasil 12,3% da população seja dependente de álcool, o equivalente a 24,5 milhões de pessoas. Com 36%, a região Sul lidera os índices do consumo total do País. O delegado enfatiza que seis anos se passaram desde a inédita Operação Lei Seca e a legislação segue fortemente concentrada no condutor do veículo. "Parece ser este o vilão, enquanto, na verdade, o carrasco é o álcool. Há que se fazer um cerco forte à venda e consumo porque a carnificina e os crimes sob o comando da bebida alcoólica continuam alarmantes", finaliza.

Reportagem: Jorn. Karine Bertani / MTB 9427 - Coordenação de Comunicação PRB/RS
Fotos: Jorge Fuentes

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