Custo
social do álcool foi tema
de
palestra em Santa Maria
Militantes e simpatizantes do PRB lotaram a Câmara de Vereadores |
Os
danos causados pelo consumo do álcool foram tema de palestra
proferida no último sábado (9) pelo delegado da Polícia Federal
José Francisco Mallmann em evento alusivo ao projeto PRB no Rio
Grande, na Câmara de Vereadores de Santa Maria. Dados apresentados
pelo ex-superintendente da PF e ex-secretário de Segurança Pública
do Rio Grande do Sul apontaram a relação entre a ingestão de
bebidas alcoólicas e a incidência de homicídios, acidentes de
trânsito e violência doméstica.
"Os
noticiários relatam que acidentes de trânsito estão matando, ou
que uma festa termina em tragédia - abordagens que não procedem. É
o álcool que mata as pessoas, e é ele também o responsável por
dar fim às festas e às famílias. Os acidentes e a violência não
são causas, mas consequências do uso indiscriminado de bebida
alcoólica", lembrou o autor da Operação Lei Seca, instituída
no Estado em 2007 e disseminada em todo o País.
O
desafio maior, de acordo com o delegado, é disciplinar legalmente o
comércio e consumo de álcool em horários críticos. Mallmann
destacou que é entre 23h e 5h que a incidência de violência,
homicídios e acidentes graves de trânsito são maiores. "Nós
sabemos onde o problema nasce e como ele se prolifera, precisamos
sair do plano da discussão e combatê-lo com atitudes",
defendeu. Segundo ele, uma das maiores dificuldades em alterar a
legislação reside no comprometimento de agentes públicos com a
indústria do álcool, pois já foi noticiado que cerca de 70% dos
congressistas brasileiros receberam ajuda desse segmento para suas
campanhas. O delegado apresentou estudo divulgado pela revista
britânica The Lancet, revelando que o álcool é a
quarta droga mais nociva à saúde física e mental e destacando que
serve de porta de entrada para as drogas ilícitas, além de gerar
violência na sociedade.
Mallmann
defende a criação de um fundo especial para a recuperação das
vítimas do álcool, a ser mantido pela indústria de bebidas
alcoólicas."Observamos a obtenção de lucro das empresas com o
consumo de álcool, enquanto o Estado e a sociedade ficam com o ônus
do alcoolismo. É o contribuinte quem paga pelos danos advindos do
vício", alertou.
Estima-se
que no Brasil 12,3% da população seja dependente de álcool, o
equivalente a 24,5 milhões de pessoas. Com 36%, a região Sul lidera
os índices do consumo total do País. O delegado enfatiza que seis
anos se passaram desde a inédita Operação Lei Seca e a legislação
segue fortemente concentrada no condutor do veículo. "Parece
ser este o vilão, enquanto, na verdade, o carrasco é o álcool. Há
que se fazer um cerco forte à venda e consumo porque a carnificina e
os crimes sob o comando da bebida alcoólica continuam alarmantes",
finaliza.
Reportagem: Jorn. Karine Bertani / MTB 9427 - Coordenação
de Comunicação PRB/RS
Fotos: Jorge Fuentes
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