Carlos Gomes propõe a
criação da lei de incentivo à reciclagem
Parlamentar (C) sustenta que estruturação das cooperativas fortalecerá o setor |
O deputado federal Carlos Gomes (PRB/RS) defendeu a
criação de uma lei de incentivo à reciclagem, durante audiência
pública na Câmara Federal nesta quinta-feira (19), que debateu a
situação das cooperativas e dos catadores de materiais recicláveis.
“Temos a Lei de Incentivo à Cultura e a Lei de Incentivo ao
Esporte. Nossa ideia é criar mecanismo semelhante que permita a
empresas interessadas em investir na estruturação de cooperativas a
dedução desses valores, parcial ou integralmente, do Imposto de
Renda”, explica o parlamentar.
Segundo dados do IBGE, mais de 1 milhão e 400 mil
pessoas retiram o sustento de suas famílias da reciclagem.
Levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) de
2011 aponta que existem 1.175 cooperativas em 684 municípios
brasileiros. O gerente de Resíduos Sólidos do Ministério do Meio
Ambiente, Eduardo Santos, informou que um novo estudo estatístico
sobre o setor deverá ser divulgado pelo IPEA em 2016. “O material
servirá para fazermos um diagnóstico de tudo o que será preciso
incluir na revisão do Plano Nacional de Resíduos Sólidos. Entre os
principais objetivos da reformulação da lei aprovada em 2010 está
o reconhecimento econômico dos catadores”.
Representante do Comitê Interministerial de Inclusão
Social e Econômica dos Catadores, órgão vinculado à
Secretaria-Geral da Presidência da República, Francisco do
Nascimento frisou que nos últimos sete anos o Governo Federal
investiu mais de R$ 500 milhões em ações para inclusão
sócioprodutiva dos trabalhadores da área. “O problema é que
muitas prefeituras exploram a mão de obra dos catadores. Existem
casos de municípios que tinham contrato de R$ 1 milhão com empresa
de limpeza para o recolhimento do lixo e quando o serviço passou a
ser executado por uma cooperativa esse custo caiu para R$ 200 mil”,
denuncia.
Más condições de trabalho para catadores
“As cooperativas estão sucateadas, faltam
equipamentos de qualidade e que tragam segurança. Além disso, somos
vistos com discriminação porque trabalhamos com lixo. Infelizmente,
a sociedade ainda não compreendeu a nossa atuação como agentes
ambientais”, lamentou Alfredo Matos, da Associação dos Catadores
de Papel, Papelão e Material Reaproveitável (Asmare) de Minas
Gerais.
Carlos Gomes sublinhou que a Frente é um canal
permanente de diálogo entre todos os atores da reciclagem e que
buscará junto ao Poder Público a implementação de ações que
insiram os catadores em todo o ciclo produtivo, desde a coleta até a
industrialização do material reciclável.
Texto e fotos: Jorn. Jorge Fuentes (MTE 16063)
Câmara Federal
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