Catadores
querem participar das decisões políticas
que envolvem a sua atividade
que envolvem a sua atividade
Frente
Parlamentar da Reciclagem foi lançada na sexta-feira na região
Sudeste
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O pedido de participação dos catadores nas decisões que envolvem a
categoria marcou o lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da
Cadeia Produtiva da Reciclagem na região Sudeste na última
sexta-feira (13). No evento na Assembleia Legislativa de São Paulo,
o presidente do colegiado, deputado federal Carlos Gomes (PRB/RS),
empossou o colega Valmir Prascidelli (PT/SP) vice-presidente regional
do fórum.
Gomes defendeu
incentivos econômicos ao setor para torná-lo atrativo à sociedade
e valorizar os trabalhadores da área. “No Brasil, somente 4% dos
resíduos sólidos produzidos são reciclados e o descarte inadequado
gera um custo de R$ 1,5 bilhão por ano ao Poder Público para tratar
os problemas de saúde que afetam a população. A Frente investirá
em campanhas nacionais e permanentes sobre esse tema. Tenho convicção
de que quando a população se der por conta de que grande parte do
que é descartado pode voltar a ser útil e gerar renda, teremos
instituída a cultura da reciclagem em nosso país”.
Secretária nacional
das Mulheres Catadoras do Movimento Nacional de Catadores de
Materiais Recicláveis (MNCR), Matilde Ramos reivindicou a
participação dos trabalhadores nos lucros que as empresas do setor
poderão obter caso o Governo Federal conceda desoneração de
tributos. “Chega de migalhas. As cooperativas não querem receber
somente uma prensa, um caminhão ou a reforma de um galpão. Somos as
mãos que impulsionam a reciclagem, merecemos respeito e
reconhecimento financeiro”.
Representante da
Associação Nacional dos Aparistas de Papel (ANAP), Pedro Vilas
Bôas, reclama que a oscilação no preço do papel dificulta o
crescimento do setor. “Ainda assim o Brasil reciclou cinco milhões
de toneladas do material no ano passado, ou 59% de tudo que foi
produzido. Desse total, 10% é proveniente de cooperativas”.
“O plástico
representa 20% dos resíduos sólidos gerados no Brasil e o país
deixa de movimentar R$ 5,8 bilhões por ano com o que não é
reciclado. Além disso, o setor é onerado nas mesmas taxas que o
petroquímico, fator de estagnação para uma cadeia composta
majoritariamente por empresas de médio e pequeno porte”, frisou
Ricardo Hajaj da Associação Brasileira de Indústria do Plástico
(Abiplast), ao sublinhar que também há muita informalidade na área
em razão dos altos impostos.
A Frente
Instalada em abril
na Câmara Federal, a Frente Parlamentar em Defesa da Cadeia
Produtiva da Reciclagem nasceu com o objetivo de promover ações que
contribuam para o desenvolvimento econômico, social e ambiental do
setor. O fórum, que atua na defesa de temas como a aposentadoria
especial para catadores, a aplicação da logística reversa e a
desoneração fiscal de artigos gerados a partir de material
reciclado, já foi lançado na região Sul, em setembro, em ato
promovido pela vice-presidente local, deputada Geovânia de Sá. No
próximo mês, o colegiado realizará ato de posse da deputada Tia
Eron (PRB/BA) como dirigente da região Nordeste.
Texto e fotos: Jorn. Jorge Fuentes (MTE 16063)
Câmara Federal
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