Carlos Gomes critica MP que
restringe acesso dos pescadores ao
seguro-defeso
Ao fazer uso da tribuna nesta quinta-feira (12), o
deputado federal Carlos Gomes (PRB) manifestou contrariedade à
Medida Provisória 665/2014 do Governo Federal, que modifica a
natureza jurídica, o processamento e o pagamento do
Seguro-Desemprego do Pescador Profissional Artesanal, conhecido como
seguro-defeso. O parlamentar alertou que a aplicação da matéria,
apresentada em dezembro do ano passado no Congresso Nacional, deverá
dificultar o acesso dos trabalhadores ao benefício.
O pronunciamento foi motivado por reivindicação
trazida pelo presidente da Federação dos Pescadores do Rio Grande
do Sul, Vilmar Coelho, que em visita ao gabinete do deputado entregou
ofício da Confederação Nacional dos Pescadores com as
considerações da categoria sobre a proposta do Executivo. De acordo
com a entidade, somente no Rio Grande do Sul, mais de 10 mil
pescadores recebem o seguro-defeso.
A MP também diz que caberá ao Instituto Nacional do
Seguro Social – o INSS – receber e processar os requerimentos e
habilitar os beneficiários, proposta criticada por Gomes. “As
agências do INSS estão sobrecarregadas, pois atendem toda a
população brasileira filiada ao Sistema Geral de Previdência
Social. Imputar mais essa atribuição aos servidores do órgão
provocará a queda vertiginosa na qualidade do atendimento”,
argumentou Carlos Gomes.
O parlamentar mostrou preocupação com a exigência de
que pescador tenha o registro como Pescador Profissional, categoria
artesanal, emitido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, com
antecedência mínima de três anos contados da data em que for
requerer o benefício. “O seguro-defeso é a compensação
financeira que a União paga ao pescador artesanal que tem nesta
atividade sua única fonte de renda e que suspende o trabalho para
preservar as espécies durante o período de reprodução, a
piracema. Estender o prazo de carência para acesso ao benefício de
um para três anos significa habilitar o pescador para a sua
atividade-fim, mas privá-lo dos direitos constitucionais decorrentes
do seu ofício”, indignou-se.
Carlos Gomes ressaltou que a aprovação dessa medida
possa ter como consequência a prática ilegal da pesca durante o
período de defeso, “uma vez que o trabalhador não poderá
utilizar a compensação para fazer frente as suas despesas
financeiras”, observou o deputado, ao sugerir a criação de um
grupo de trabalho com parlamentares, representantes do Governo e
pescadores para discutir o texto da MP 665/2014.
Texto: Jorn. Jorge Fuentes (MTB 16063) - Câmara Federal
Foto: Douglas Gomes
Foto: Douglas Gomes
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