O republicano José Alencar
Carlos Gomes
Na última terça-feira, a sociedade disse adeus a um grande brasileiro. Aos 79 anos, José Alencar partiu depois de enfrentar o câncer por 13 anos, tornando-se um dos símbolos da luta contra a doença.
Tive a oportunidade de conhecê-lo. O sorriso terno no rosto marcado pela experiência da vida mostrava uma serenidade que nenhum conflito político era capaz de abalar.
Alencar ocupou um papel fundamental na reconstrução do Brasil. Foi um líder patronal, que virou vice de um líder sindical. Mostrou que é possível haver diálogo entre as várias cores ideológicas do nosso país.
Conheceu o trabalho aos 7 anos, na loja do pai, localizada no município mineiro de Muriaé, onde nasceu numa família de 15 irmãos. Com um capital de 15 mil cruzeiros, montou seu próprio negócio aos 18 anos. Em 1967, fundava sua empresa mais importante, a Coteminas, que conta hoje com 11 unidades, firmando-se como um império têxtil do Brasil e do mundo.
A visibilidade do empresário o impeliu a entrar para a política. Foi eleito para o Senado Federal em 1998 e, em 2002, foi o vice na chapa vencedora encabeçada por Luiz Inácio Lula da Silva. A partir de 2004, assumiu, também, o Ministério da Defesa, missão que cumpriu até 2006.
No exercício da vida pública, o presidente de honra do Partido Republicano Brasileiro (PRB) destacou-se pelo bom senso com que tratava as questões de interesse nacional. Foi um crítico ferrenho das altas taxas de juros impostas aos brasileiros.
O empresário mineiro que foi vice-presidente da República por dois mandatos será sempre o Zé Guerreiro, como Lula o chamava.
A missão de José Alencar chegou ao fim. Mas o seu exemplo de superação, coragem e alegria de viver permanecerá nos corações de todos os brasileiros e brasileiras.
Obrigado, José Alencar! Que Deus o receba em Seus braços, e que dê forças para sua família e seus amigos.
deputado estadual
Publicado na edição impressa de 31.03.2011 - Editoria: Opinião - Página 2
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