Trote
vai pesar no bolso de
quem faz a “brincadeira”
Lei
sancionada prevê multa de 200 reais por ligação falsa
Rosângela
Garcia
Canoas
– Passar um trote para os serviços de emergência pode não pesar
na consciência de quem faz, mas deve custar caro se a ligação for
identificada. A multa, definida na nova lei 14.149/2012, sancionada
este mês pelo governador Tarso Genro e já publicada no Diário
Oficial do Estado, foi fixada em 15,3952 UPFs, ou seja, cerca de 200
reais. O valor pode ser considerado baixo, se comparado a vidas que
se perdem por causa de uma brincadeira, que atrasa ou faz com que o
serviço não chegue a quem está realmente precisando.
De
acordo com o autor da lei, deputado estadual Carlos Gomes (PRB/RS),
quando a proposta foi aprovada, inicialmente, não se tratava de
multa. “Como o governo teve dificuldades em calcular os prejuízos
causados por cada uma das demandas, a opção foi determinar um valor
único”, explica.
Em
Canoas, só o Corpo de Bombeiros registra que mais da metade das
chamadas diárias são falsas. Segundo o major Julimar Fortes, a
média é de 58 a 60% do total de ligações. Na Brigada Militar o
número é um pouco menor, de 10 a 15%, mas atrapalha muito o
trabalho dos policiais. A assessoria de imprensa do Samu não soube
precisar quantos trotes o serviço recebe por dia.
Orelhão
é o mais usado
O
maior vilão dos trotes ainda é o telefone público. As chamadas são
sempre identificadas, segundo o deputado Carlos Gomes, principalmente
se partem de aparelhos fixos e móveis. “Mesmo assim, sabemos que
os serviços de emergência já conseguem localizar o orelhão que
está originando a chamada. O objetivo é fazer com que as pessoas
busquem se conscientizar, embora com sanção financeira”, diz
Gomes.
ESPERANDO
RESULTADOS
Conforme
o major Julimar Fortes, do Corpo de Bombeiros, multas das chamadas
partem de telefones próximos à área escolar. “Principalmente em
final de turno de aula”, diz e apela para a conscientização:
“Trote não é brincadeira e pode colocar em risco a vida de muitas
pessoas. Poucos segundos são determinantes para salvar ou perder uma
vida”, justifica. O subcomandante do 15º BPM, major Daniel Duarte
acredita que a mudança na legislação vai ajudar a coibir o crime,
visto por muitos apenas como brincadeira, “mas que pode atrapalhar
quem realmente precisa de ajuda”.
ELES
CONCORDAM
“Acho
justo porque quem dá trote faz com que o serviço deixe de ser usado
para quem precisa. Quando tira do bolso as pessoas começam a pensar
mais antes de fazer”. Lucas Ribeiro, 22, cobrador.
“Acho
certo porque não se brinca com trabalho de emergência. Trote não é
brincadeira. O valor poderia ser até mais alto, porque aí pensariam
antes de fazer”. Loiva Ribas, 53 do lar.
“Acho
justo porque eles (serviços de emergência) estão disponíveis para
quanto tem necessidade. Esse valor de multa vai fazer as pessoas
pensarem mais”. Alisson do Nascimento, 18, estagiário.
“Acho
que está certo porque quando a gente precisa o telefone não pode
estar ocupado com bobagens. Até deveria ser mais de 200 reais e a
pessoa ficaria com medo”. Solange Teresinha da Silva, 46,
doméstica.
Matéria publicada na edição de 27 de dezembro de 2012
do jornal Diário de Canoas
Editoria: Comunidade, página 8
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