Carlos Gomes chama a atenção para as consequências da mortandade no Rio dos Sinos
Ao usar a tribuna durante a sessão plenária desta quinta-feira (9), o deputado Carlos Gomes (PRB) fez um retrospecto dos desastres ambientais envolvendo o Rio dos Sinos. O parlamentar lamentou que as famílias dos pescadores ainda estejam esquecidas pelo Poder Público.
Carlos Gomes lembrou a mortandade de peixes em abril de 2002 e também o extermínio de 86 toneladas, de pelo menos 10 espécies, em 2006. A tragédia prejudicou pescadores e moradores ribeirinhos do Vale dos Sinos.
Algumas empresas foram autuadas na época como responsáveis pelo lançamento de quantidade excessiva de resíduos tóxicos no rio, resultantes da atividade industrial. “Também foi determinada a indenização às famílias dos pescadores, que até hoje esperam, juntamente com a sociedade gaúcha, uma providência para proteger o Rio dos Sinos e os que dele vivem”, protestou o deputado. Compareceram ao plenário representantes da Federação dos Pescadores do Estado do Rio Grande do Sul.
Na tribuna, Carlos Gomes também relatou acidentes ocorridos esse ano. No dia 9 de novembro, uma nova mortandade foi registrada. Há suspeita de que produtos químicos possam ter matado 10 mil peixes encontrados no trecho entre Novo Hamburgo e São Leopoldo – algumas entidades afirmam que o número ultrapassa os 16 mil.
Menos de um mês depois, apareceram peixes mortos boiando próximo à Estrada da Integração, em Novo Hamburgo. A Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente iniciou investigação para apurar as substâncias que podem ter sido despejadas no Rio dos Sinos.
Na manhã de segunda-feira, a poluição desceu o Rio dos Sinos e chegou ao Guaíba. Centenas de peixes foram encontrados agonizando em Porto Alegre. Novas coletas foram feitas para apontar os motivos da contaminação, além de vistorias em empresas, lixões e lavouras de Parobé, Sapiranga e Campo Bom.
“Há várias possibilidades para explicar a causa desses acidentes. Mas enquanto não soubermos, peço que olhemos com atenção para os pescadores que ainda amargam os resultados do desastre que ocorreu em 2006. Essa sucessão de tragédias tem piorado, cada vez mais, a situação das famílias que dependem do Rio dos Sinos para sobreviver. O tempo está passando e só há especulação sobre a causa desses acidentes. Enquanto não forem identificados e penalizados os responsáveis, isso irá continuar”, alertou o parlamentar, lembrando que a mortandade aconteceu justamente no início do período de defeso, quando começa a desova dos peixes e é proibido pescar. “Depois desse período, com a baixa dos cardumes, as famílias vão viver de que? Lembremos também que a mortandade dos peixes, que atinge imediatamente os pescadores e suas famílias, é nociva para o meio ambiente e para toda a população”, reiterou o parlamentar.
Por: Jorn. Karine Bertani MTB/RS 9427
Foto: Marcelo Bertani/Assembleia Legislativa
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